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Diagnóstico e fatores condicionantes da resiliência da vegetação de cerrado em pastagens abandonadas Quantificar a resiliência, que engloba estimar o tempo necessário para que o ecossistema recupere suas propriedades anteriores ao distúrbio e quantificar a proporção de seus componentes que pode ser recuperada, são desafios para a ciência e a prática da restauração. O objetivo desta pesquisa é desenvolver ferramentas para quantificar a resiliência da vegetação de cerrado em pastagens abandonadas e para predizê-la em função de fatores bióticos e abióticos que a influenciam. Efeitos do fogo e de sua supressão sobre a estrutura, a composição e a biodiversidade do ecossistema no gradiente fisionômico do Cerrado na Estação Ecológica de Santa Bárbara A existência dos ecossistemas savânicos em todo o mundo é condicionada pelas condições climáticas, associadas a peculiaridades edáficas e, invariavelmente, à passagem periódica do fogo. O fogo é um fator ecológico que mantém a biodiversidade, assim entendida como a diversidade de espécies e fisionomias que formam o gradiente da vegetação savânica em todo o mundo. Com a supressão total do fogo, a vegetação savânica vem passando por grandes transformações em estrutura e composição e, consequentemente, na fauna, em diferentes regiões do planeta, especialmente nas interfaces da transição savana-floresta. Estudo dos filtros ecológicos envolvidos na colonização de matas ciliares em restauração por espécies arbóreas do pool regional A autossustentabilidade de florestas tropicais em restauração depende, entre outros fatores, da colonização das comunidades por espécies do pool regional, a partir de fragmentos remanescentes da vegetação preexistente. A colonização é o resultado dos processos relacionados com a dispersão de propágulos e com o estabelecimento de plântulas, fundamentais para dirigir a composição futura das áreas restauradas. No entanto, estudos recentes têm demonstrado que nem todas as espécies do pool regional podem colonizar as áreas em restauração, caso não tenham sido plantadas. Ecologia e controle de espécies exóticas invasoras Invasões por gramíneas exóticas e por Pinus sp. constituem sérias ameaças à conservação do Cerrado. O objetivo central dessa linha de pesquisa é modelar o impacto de espécies exóticas invasoras em fisionomias campestres e savânicas do Cerrado e desenvolver técnicas de erradicação, com base na aplicação de técnicas de controle mecânico, químico e manejo do fogo. Potencial de remanescentes naturais como fonte de propágulos para técnicas de restauração de fisionomias campestres do cerrado As fisionomias campestres do Cerrado têm tido suas áreas de ocorrência reduzidas por fatores diversos, que incluem a conversão para a produção agropecuária, invasões biológicas e até mesmo o adensamento decorrente da supressão do fogo. Ações para garantir a conservação da diversidade que vem sendo perdida devem compreender o fim da conversão, a viabilização de práticas de manejo e o desenvolvimento de técnicas de restauração das fisionomias campestres. Estamos testando o potencial da semeadura direta, transplante de material vegetal, transposição de topsoil e feno, como técnicas para a restauração dessas fisionomias. Manejar é preciso: experimentação de técnicas de manejo adaptativo para retificar a trajetória sucessional de ecossistemas em restauração A restauração de ecossistemas vem ganhando espaço na ciência e nas políticas voltadas à conservação dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável em todo o mundo. No entanto, há muitas incertezas sobre o êxito das técnicas aplicadas e o futuro dos ecossistemas reconstruídos. Resultados de estudos diversos sobre projetos de restauração com idade avançada, em diferentes biomas no Brasil, têm demonstrado que ao longo do tempo surgem obstáculos inesperados (filtros ou barreiras) que podem resultar em retrocesso na trajetória dos ecossistemas, caso não haja intervenções de manejo. Os obstáculos são variáveis entre locais, entre situações ecológicas e entre técnicas de restauração e as decisões de manejo dependem de experimentação em busca da melhor técnica para superar cada filtro em cada situação. O manejo adaptativo vem sendo experimentado cientificamente em alguns países, como estratégia inovadora para a recondução dos ecossistemas às trajetórias esperadas, rumo à auto-sustentabilidade. Repartição da água da chuva sob o dossel e umidade do solo em diferentes fisionomias do cerrado Os processos hidrológicos relacionados com a água da chuva e a cobertura vegetal no gradiente fisionômico do Cerrado são muito pouco conhecidos. O objetivo da pesquisa é quantificar esses processos e correlacioná-los com o volume de chuva e com a biomassa vegetal. Legados do desmatamento e da degradação florestal na fronteira agrícola Amazônica: impactos sobre a biodiversidade, o ciclo do carbono e os recursos hídricos No ecótono Amazônia-Cerrado, mudanças do uso da terra têm alterado fundamentalmente a dinâmica, o funcionamento e a estrutura das florestas estacionais semideciduais. Essas alterações, influenciam o clima local/regional através de disrupções do ciclo hidrológico, do carbono e de energia, com efeitos cascatas que ameaçam a biodiversidade regional e a integridade dos córregos da região. Apesar desses efeitos persistirem por décadas e interagirem com mudanças climáticas globais, as possíveis trajetórias de florestas e ambientes aquáticos permanecem pouco entendidas na fronteira agrícola Amazônica, bem como os seus impactos à biodiversidade e aos serviços e funções ecossistêmicos associados. |